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RH estratégico?

Posted by Flor de Lotus on 02:51

Estive recentemente em um treinamento que tratava do posicionamento do RH frente aos seus novos desafios. Há tempos vem se falando que o RH deveria ser mais estratégico, mas até hoje não conheci nenhum que realmente o fosse. Os principais problemas do RH são o fato de ter ferramentas não integradas, baixa credibilidade dentro de casa e total ausência de foco em resultados. Como se gerir gente não fosse um negócio, o Rh se perde na crença de que cuidar de gente não combina com resultado, com negócio. Em geral temos extremos: um RH que só olha resultados e não consegue ter uma atuação humana ou uma atuação super humana sem alinhamento aos resultados do negócio. Satisfação e produtividade deveriam estar de mãos dadas, mas como fazê-lo ainda é difícil de saber. Especialmente com o choque das gerações, que traz um novo desafio para o RH. Como cuidar das gerações X e Y, sendo que os ritmos, anseios e velocidades são bem diferentes, e ainda acomodar a geração anterior trabalhando por mais tempo (às vezes retornando ao mercado após a aposentadoria, já que a expectativa de vida aumentou consideravelmente).

Não é fácil ser RH. Menos ainda se aceitarmos o desafio de nos reposicionarmos de forma a tornar o RH reconhecido internamente como um provedor de benefícios. Para isso é preciso estar de fato alinhado à estratégia do negócio para definir os direcionadores de RH e e ter um modelo organizacional bem estruturado. Além disso, os processos de RH devem ser descritos, o suporte tecnológico deve ser integrado e adequado, as políticas devem ser descritas e comunicadas e os indicadores de performance devem ser levados a sério.

Digo isso porque o RH é um provedor contumaz de dados, mas em geral tem dificuldade de analisá-los. Um exemplo simples foi o que ocorreu na crise. No momento do desespero, várias empresas cortaram os treinamentos dos empregados, festas de final de ano, benefícios em geral que eram vistos como supérfulos. O RH, sem poder de fogo, acatou. Agora se vê lidando com o reflexo dessa decisão: turnover, despreparo, desmotivação, clima ruim. Se, ao invés de informarmos as horas de treinamento / ano, pudéssemos mostrar o retorno do investimento em treinamento, a situação não seria diferente? Ou ainda: se conseguíssemos demonstrar o custo da perda de um profissional, os executivos não se preocupariam mais com ações que podem parecer bobas, mas que mantêm um bom clima e motivação?

No tal treinamento que mencionei no começo do post, foi solicitado que pensássemos nas novas competências necessárias ao profissional do RH estratégico. Compartilho com vocês as competências que construi a partir das palavras chave que meu grupo listou (inovação, estratégia, flexibilidade, negociação, inovação, atualização, agilidade, organização):

Capacidade de atuar como articulador entre a alta direção e as unidades de negócio, traduzindo necessidades e diretrizes em benefícios e resultados.

Capacidade de atuar sob pressão, entendendo as necessidades dos outros, sendo flexível, porém mantendo o foco.

Capacidade de analisar criticamente as demandas e propor soluções inovadoras e alinhadas à estratégia da organização.

Capacidade de gerenciar a mudança mantendo um bom clima organizacional e comunicando de forma eficaz e tempestiva.


Agora é começar a plantar essa semente e trabalhar duro para chegar lá. Claro que uma mudança cultural grande assim demora a se concretizar e precisa de patrocínio, mas é nosso dever começar a disseminar o vírus do RH estratégico... quem sabe um dia pega?

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Murphy é o cara

Posted by Flor de Lotus on 02:18

Um tempo atrás consegui tirar 10 dias de férias. No primeiro dia, fui resolver uns problemas de banco. No segundo fui a Petropolis. No terceiro, o chefe me ligou dizendo que uma gerente tinha pedido demissão e que eu assumiria o projeto dela. Fiquei toda animada, agarrei a oportunidade de imediato e interrompi as férias.
O projeto já tinha 1 ano e estava atrasado. Mesmo assim mantive a empolgação, pois era interessante. Aos poucos fui descobrindo que o projeto tinha alguns problemas financeiros, o que me preocupou, mas não desanimou. Segui em frente, fui tentando recuperar o tempo perdido. Estabeleci um novo cronograma, negociei com o cliente o compromisso com os prazos, tentei um aditivo, mas consegui, ao menos, que eles trabalhassem junto conosco para concluirmos tudo até a primeira semana de dezembro. Foram várias situações em que o jogo de cintura e uma certa dose de firmeza foram necessários.
Na última semana do projeto, com uma equipe formada por mim e uma consultora, estava ainda certa de que, em fim, concluiríamos o projeto. Aí entrou nosso amigo Murphy...
Eu coordenei minhas outras atividades (outro cliente, projetos internos, treinamentos) para poder fazer as últimas reuniões me revezando com a consultora. Ela, por sua vez, resolveu fazer exercícios na esteira para relaxar. E torceu o pé. Ficou imobilizada e afastada na última semana do projeto... Quase surtei! Ela não podia trabalhar imobilizada e eu não podia adiar nem a conclusão desse projeto, nem os outros compromissos. Mais negociação daqui e dali, consegui fazer todas as reuniões e o projeto será concluído no prazo – hoje. Mas será que a consultora não podia torcer o pé semana que vem???? Imprevistos acontecem, mas Murphy bem que podia tirar umas férias, né?
OBS: Sabe quando você está no ônibus ou no carro, atrasado, e quer saber que horas são? Já reparou que quando você vê um daqueles relógios de rua ele está marcando a temperatura? Pois é...

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