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Sobre Motivação

Posted by Flor de Lotus on 10:37

Venho debatendo em cursos que tenho feito o tema motivação. Todos sabem o que essa palavra significa, claro. Sempre que falo no tema, me vem à mente a imagem do cavalo com uma cenoura pendurada à sua frente para que ele ande rápido tentando alcançar a cenoura e, com isso, leve a carroça. A motivação é nossa cenoura. Tenho um amigo que diz que para fazermos algo, basta uma cenoura: na frente ou atrás. Mas cenoura atrás é outro papo. Aqui vamos falar só da cenoura na frente.
A wikipedia define motivação como sendo “a força propulsora (desejo) por trás de todas as ações de um organismo. Motivação é o processo responsável pela intensidade, direção, e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta”.
É corrente se falar que há uma parte da motivação que é intrínseca e outra extrínseca. A intrínseca depende do nosso direcionamento pessoal, do nosso objetivo.
A extrínseca é que é o problema, pois depende do ambiente em que estamos inseridos e de fatos que se acumulam ao nosso redor. Ações dos outros, discursos, percepção do “modus operandi” do local de trabalho. Em geral, quando começamos em um novo emprego, chegamos motivados. Amedrontados, por causa do novo, mas motivados. Ainda não conhecemos os problemas reinantes, a cultura do local, as pessoas, os projetos. Tendemos a imaginar que é tudo bom, muito melhor que o emprego anterior. É a lua de mel, tudo parece lindo e as promessas soam possíveis. Nossa motivação interna está altíssima nesse momento.
Ocorre que às vezes, as coisas não acontecem exatamente como sonhamos e vamos percebendo as dificuldades que se interpõem aos nossos objetivos. Se a motivação ainda é alta nesse momento, conseguimos driblá-las. Porém, se nem com inúmeras tentativas conseguimos achar uma saída, o nível de motivação interna vai caindo, contaminado pela externa. E aí não há vontade de trabalhar, sobrando o conformismo, a acomodação e, em alguns casos, comportamentos agressivos. Não há clima que resista!
Todas as empresas grandes hoje em dia se preocupam com o clima organizacional e realizam pesquisas, que nem sempre refletem a realidade e, pior, refletem um momento específico. Se o funcionário acabou de ter um problema - ter um projeto vetado, por exemplo - e vai responder a pesquisa, certamente a situação vai se espelhar. Pode ser que uma semana depois tudo se acerte, mas a pesquisa a essa hora já foi. Mas, na ausência de um mecanismo melhor, as empresas utilizam as pesquisas para depois propor ações de melhoria, de motivação do seu pessoal. Quem nunca ouviu que funcionário feliz rende mais? Que funcionário motivado trabalha melhor? Agora a questão é: quem conhece uma empresa que atue assim de fato? E outra pergunta, ainda mais cruel: é possível ser um lugar feliz pra trabalhar para todos os funcionários?
(Não, eu não estou louca, apenas me lembrando de meu querido Nelson Rodrigues que dizia que “toda unanimidade é burra”. )
Voltando ao tema, e falando por vontade própria, creio que uma medida simples poderia nivelaras expectativas e pelo menos causar menos decepção: coerência de discurso. Gestores, por favor, tenham um discurso minimamente coerente com a prática! Prometam o que é possível prometer, sejam claros em suas metas (com prazos factíveis), leais com suas equipes e alinhem os objetivos de seus funcionários, fornecendo feedback (eu disse feedback e não fodeback) constante. Possibilitem que seus funcionários se desenvolvam, valorizem e elogiem eles. Mas acima de tudo: ajudem sues funcionários a ter objetivos que possam ser alcançados e orientem-nos a ter uma conduta adequada dando o exemplo. Parece pouco, mas é muito!

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Minha motivação é que fiquei cega. Cega pra tudo de ruim que existe no mundinho corporativo.

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