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Férias

Posted by Flor de Lotus on 06:14

Queridos, estou de férias! Gosto de repetir isso aos quatro ventos: férias, férias, férias! Que alegria! Há tempos não sabia o que era isso... e como precisava! tenho achado até o mundo mais bonito... Tudo bem que etou apaixonada, o que dá certas cores para a vida, mas mesmo assim tudo anda mais belo. Até os dias cinzentos que têm pintado por aqui...Tão bom poder sair de noite sem hora pra voltar porque não vou ter que acordar cedo no dia seguinte! E não ter que encarar ônibus nem metrô, então? Um paraíso... Comer comidinha de casa, feita pela vovó! Ficar de papo com minha filhota até de madrugada... Ver sessão da tarde... Tirar um cochilo depois do almoço... Acordar sem saber que dia da semana é... Fazer a unha duas da tarde, com o salão vazio e sem pressa... Ai, ai!
Com as férias meu nível de esquizofrenia diminui... mas como ninguém é de ferro, aproveito para registrar um trecho de um livro que li chamado "Minúsculos assassinatos e alguns copos de leite" de Fal Azevedo (maravilhoso por sinal). Achei que tinha tudo a ver com o blog, então lá vai:
"Reunião é o jeito mais desconfortável de ficar duas horas fazendo gazeta. (...) Reunião é um monte de gente reunida falando ao mesmo tempo frases como "a nivel de arte", e "os conceitos das telas são subjetivos". (...) Reuniões são a explicação de por que ninguém vai a lugar nenhum nem faz nada importante. São elas o motivo do mundo estar essa bagunça e você pode incluir aí a peneira na camada de ozônio, o atraso constante dos ônibus, as armas de destruição em massa e a pipoca de microondas sabor bacon."
De qualquer forma, desejo a todos um 2009 mara, com boas surpresas, soluções para nossos problemas, reuniões úteis, amores reais, amigos por perto, saúde e paz!
Que venha 2009! Mas venha calmo, porque eu tô de férias!!!! rsrsrsrs

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Promessas de Ano Novo

Posted by Flor de Lotus on 05:19

É inevitável: nessa época do ano a gente sempre pensa no que gostaria de mudar para o próximo ano que se aproxima. Como se o simples fato de mudar de ano alterasse tudo... Mas é uma época de esperanças renovadas, de reflexão, de sonhos. Eu mesma, embora conscientemente saiba que não vai acontecer um passe de mágica do dia 31/12 para 01/01, sempre faço meus pedidos e minhas listas de coisas a fazer no ano que chega!

Em 2009 quero voltar a malhar e fazer os exames que adiei em 2008 (já marquei um para o primeiro dia útil do ano, para provar minha firmeza de propósito). Além disso, quero ter sabedoria para lidar com pessoas difíceis, quero muita sorte para minha pequena que vai fazer vestibular, quero muito samba e beijo na boca, um pouco mais de tempo do meu amor e muita saúde pra vovó! Será que é muito? Oxalá Iemanjá leve minhas flores e me ajude!

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Figos

Posted by Flor de Lotus on 07:08

Essa noite sonhei com figos. Eu estava em um restaurante e pedia várias comidinhas. Em todas elas vinham figos. Na salada, na batata frita, uma loucura. Eu ficava lá catando os figos, porque nem gosto de comer essa fruta. Gosto só de beber suco de figo, hábito criado pela minha mãe. Acho que gosto porque ele fica docinho e cor de rosa, super bonito.
Fiquei me perguntando se não é porque está na época dos figos e eu ando querendo o tal suco. Ou porque é quase Natal, e figos sempre aparecem na época do Natal. O fato é que acordei com os figos na cabeça.
Levada pela curiosidade, fui pesquisar na internet o que significa sonhar com figos.
Primeiro só encontrei fruta: sonhar com fruta significa que se acerca um período de crescimento, abundância e rendimentos financeiros. Nos sonhos a fruta geralmente representa desejo e sexualidade. Comecei a gostar, e me aprofundei nas pesquisas:
Frescos: sucesso e alegria. Mais um site: na vida: aumento da família. No amor: fertilidade.
Comecei a me preocupar... Olha a esquizofrenia aí! Foi só um sonho, repito pra mim mesma. Mas, por via das dúvidas, cuidados redobrados!!!! De qualquer forma, experimentem o suco. É bem gostoso! Eu bato no liquidificador dois figos sem casca com gelo, um pouco de água e açúcar. Tin-tin!

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Coragem

Posted by Flor de Lotus on 09:20

A covardia corporativa é um dos sintomas da esquizofrenia. Em vários momentos as pessoas não têm coragem de assumir decisões. Erros então, nem pensar. Aquele que erra, em geral se omite e, quando descoberto, se justifica. Mas assumir, jamais. Todos têm medo de punição por um erro, mas há certos erros que, quando pegos a tempo, são totalmente admissíveis. A covardia, porém, prevalece, ainda mais na terra do jeitinho.
Já o medo de tomar decisões, esse é paralisante. Certas ações ninguém quer assumir, é o clássico “filho feio não tem pai”. Fica um jogo de empurra empurra, até que alguém desprevenido assuma. Se possível, joga-se a responsabilidade para outra área, para outro nível hierárquico ou para uma consultoria. Tudo para poder dizer, no momento da insatisfação: mas não fui eu que decidi isso!
Os raros elementos corajosos sofrem, pois viram e.t.’s. São vistos como esquisitos, loucos, amargurados até. Coragem é uma atitude rara hoje em dia... Como diria uma amiga minha: é dura a vida no campo pra quem não sabe pastar!

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Feliz Natal

Posted by Flor de Lotus on 05:36

Final de ano é esquizofrenia pura! É um tal de confraternização pra cá, amigo oculto pra lá... Reuniões para fechar pendências que não podem virar o ano em aberto... Nesse meio tempo, comprar presentes, pensar na ceia, enfeitar a casa.
Ainda tem – pra quem a crise não assustou deveras – a festa de final de ano da empresa. Aquele ambiente estranho, onde supostamente temos que nos divertir, mas não podemos perder a linha. Bebidas rolando, música, pessoas se abraçando – mesmo aquelas com quem não falamos o ano inteiro. Um exercício de hipocrisia ou tentativa de renovação, não sei bem. O fato é que sempre tem alguém que perde a linha na festa. Se acontece em um sítio, tem alguém que aparece de biquíni bem pequeno e entra na piscina. Se é de noite, tem aquele que bebe demais e faz uma performance inesperada. Se é um almoço, tem um inconveniente que faz comentários sem noção. Fora as declarações de amor eterno, os abraços sufocantes e o bafo de cachaça na sua cara.
Amigo oculto merece um parágrafo a parte: sempre tem aquela descrição do sorteado antes da entrega dos presentes, né? E sai cada coisa... O jeito é ter espírito esportivo e não exagerar na dose. É melhor rir da cara dos outros e comentar no dia seguinte do que virar o assunto principal... Boas festas para todos!

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Neologismos

Posted by Flor de Lotus on 08:06
Gente, outro dia ouvi uma expressão ótima. Em uma reunião chata, uma pessoa cochichou ao meu ouvido: ai, que saco... esse cara é vomitante! Eu me identifiquei de cara e comecei a usar. Esse trabalho é vomitante, esse trânsito é vomitante, aquela perua usa um perfume vomitante... e por aí vai.

Isso fez eu me lembrar de mais dois eventos. Um quando eu brigava com minha filha recém alfabetizada na época e ela disse: mãe, você ta muito falativa hoje! Adorei, perdi o rumo da briga e fiquei rindo com ela que não entendeu a mudança de humor da minha parte.

O outro foi na pós graduação. Tinha uma amiga na turma muito prática, muito resolvida. Seu nome: Siclinda. Virou verbo. Toda vez que tinha alguém enrolando, a gente mandava: tá na hora de siclindar! Tínhamos a conjugação toda do verbo e usávamos o tempo todo...

Novas palavras para esse mundo louco...

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Para descontrair

Posted by Flor de Lotus on 15:29

Outro dia no ônibus ouvi o seguinte diálogo entre dois adolescentes:
- Cara, o que é aquilo ali?
- Cara, aquilo é pra cego ler. Chama hebraico.

????????????????????????????????????

Numa reunião:
- Não é assim que se faz! Você errou feio!
- Bom, ainda bem que não trabalhamos na área médica...
Ah, bom!

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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Como é bom treinar!

Posted by Flor de Lotus on 15:14

Gente, fiquei três dias seguidos em treinamento. Fui entre feliz com a oportunidade e contrariada de ficar tanto tempo seguido afastada do meu projeto. Minha expectativa era de que o conteúdo fosse minimamente aplicável e que tivesse tempo livre pra comprar sapatos na terra da garoa...
Surpresa: como foi bom! Eu me dei conta de como já fiz coisas por aí e aproveitei esse momento de troca de experiências, que é tão rico. Eu lembrei de vários momentos profissionais, de várias atitudes que tive, pude fazer auto crítica e compartilhar idéias, “causos”. E, acostumada que estou a trabalhar fora da zona de conforto, tive a sensação mega prazerosa de ter tempo de refletir e de ter experiências consistentes para relatar e ser ouvida. Esse tempo foi muito importante, quase férias para quem trabalha num ritmo frenético e sob pressão o tempo todo. Que venham outros treinamentos, ou, pelo menos, que eu não deixe a pressão do dia a dia me fazer esquecer de como os treinamentos são saudáveis!

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Ah, correria!

Posted by Flor de Lotus on 18:39

Gente, ando correndo tanto, tão cansada, que nem tenho tido tempo pras minhas esquizofrenias!!! Claro que elas não param... Trabalho é um prato cheio, não é mesmo? Mas há coisas que melhor nem comentar... Já outras...
Já viram quando alguém contrata um serviço e não sabe bem pra que nem por que? E depois, como não sabe pra que quer, e nem entende o que se apresenta como resultado, fica procurando cabelo em ovo? Pois é... tem gente que é assim, se distrai em achar defeito no que os outros fazem. Haja segurança e auto estima... O povo fica lá tentando te derrubar e você fica se equilibrando na corda bamba de sombrinha. O mundo corporativo é isso... equilibrismo. Devia ter feito aula de circo. Aliás, nossa vida parece muito com circo. Quantas vezes nos sentimos com um nariz redondo e vermelho na cara... e quantas vezes temos que equilibrar vários pratinhos ao mesmo tempo. Enquanto uns brigam porque na apresentação você não alinhou os bullets ou colocou um ponto onde deveria ser ponto e vírgula, você tem que administrar questões um pouco mais complexas sem perder o rebolado. Afinal o cliente tem sempre razão. Não que eu ache que formatação e boa apresentação não sejam importantes, não me levem a mal. A questão é quando não conseguem questionar conteúdo e ficam te marretando com acabamento. Mas tudo bem, a gente vai ficando mais detalhista e em um determinado ponto nem isso mais se poderá questionar...

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Minha esquizofrenia pessoal (desabafo)

Posted by Flor de Lotus on 08:42
Não sei lidar com silêncios. Sou ansiosa. E decidida. Não tenho medo quando escolho um caminho, mas nem sempre o caminho me escolhe. Sou de natureza livre, mas carente. Preciso ter com que sonhar, em que acreditar. Quero cumplicidade, mas anda tão difícil encontrar...

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Percepção

Posted by Flor de Lotus on 12:24

Fala-se muito em feedback, mas passar pela experiência real é bem complicado – tanto pra quem dá quanto pra quem recebe feedback. Feedback é percepção, é julgamento de alguém sobre o trabalho / atitude do outro. Traz uma conotação pessoal, embora deva ser exercido com uma grande dose de imparcialidade. E não é simples. Tem coisas que não queremos ver, outras preferimos não comentar. Mas em algumas empresas, o feedback é parte da rotina. Alguns não sabem dar feedback, só fodeback. Acham que criticar de forma agressiva, sem chance de réplica, é o suficiente. Outros são do estilo bonzinho, só passam a mão na cabeça e evitam falar da parte chata para não criar um clima. Outros sabem equilibrar as coisas, numa combinação perfeita de observação, tom de voz e atitude positiva. São aqueles que nos chamam de feios de um modo tão agradável e incontestável que agradecemos e pedimos bis.

E receber feedback? Difícil, né? Ter contato com nossos erros, nossas fraquezas... encara-las de frente e ter que assumi-las sem poder dizer que ninguém avisou... Tenso... E ouvir a visão do outro, por mais que não se concorde, e pensar naquilo. Refletir o que gerou essa percepção – pois a percepção existe, por mais que não se concorde com ela – e tentar tratar disso. Temos muito o que aprender sobre feedback, não somos educados assim, mas apesar de tudo, é bom ter a chance de consertar as coisas, né?

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Voltando ao tema

Posted by Flor de Lotus on 10:10

É, vocês devem estar cansados sobre as repetições do tema, mas desculpem-me: é mais forte que eu...
Essa semana soube de mais uma do metrô. Um amigo foi buscar a filha na creche. Ela tem dois anos. Ele é do tipo grandão, cara de bravo. Carregava a filha no colo, mais a mochila dela, cor de rosa como a de uma menina de dois anos deve ser. Entrou na estação Botafogo às seis da tarde. Lotado, nem precisa dizer. Ele foi se espremendo pra conseguir um lugar pra ficar com a filha e a mochila, achou um cantinho perto da porta e ficou. Não tinha percebido nada, até porque a mulher dele estava doente nesse dia, e ele queria ir logo cuidar dela. Quando foi saltar, sentiu um solavanco. Um cara puxou a mochila. Ele levou alguns breves segundos para perceber que o sujeito estava tentando assaltar ele no metrô lotado. E ainda por cima uma mochila de criança. Foram só alguns segundos mesmo, o suficiente pra ele virar a mão pra trás, sem nem olhar, e acertar um murro na cara do sujeito. Aí foi corre corre, confusão. Vieram os seguranças. O sujeito caiu no chão com o nariz quebrado, sangrando. As pessoas, revoltadas, queriam linchar o sujeito. Apoiaram o meu amigo e se propuseram a testemunhar na delegacia. Os guardas pegaram o meliante para levar pra DP, seguidos das testemunhas. Meu amigo, aliviado pelo nariz estragado do outro e de posse das fraldas e mamadeiras da filha, informou que eles podiam fazer o que quisessem com o sujeito, porque ele tinha que ir pra casa cuidar da mulher dele. E foi.
Agora me diz: você não tinha a sensação de que o metrô era seguro? E pior: o que um sujeito pensa ao roubar uma mochila de criança? Minha conclusão é uma só: guarda de metrô sofre... tem que tirar homem de vagão de mulher, tem que conter a massa revoltada que não consegue entrar no carro lotado, tem que ficar atento aos potenciais suicidas e ainda tem que pegar ladrão... esse mundo está perdido....

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Mudando de assunto...

Posted by Flor de Lotus on 19:22

Gente, fui ver o Batman (Cavaleiro das Trevas). Cresci vendo o filme primitivo que passava na tv, cheio de SOC, TUM, POW. Adorava, e naquela época nem me importava o tipo de relacionamento que o Batman mantinha com o menino prodígio. Eu curtia as aventuras, adorava o batmóvel (hiper modesto naquela época) e a batcaverna.
Hoje em dia, tenho um motivo adicional para recordar as paixões de infância: sou louca pelo Christian Bale, o que faz do filme mais interessante ainda.
Ouvi vários comentários sobre o filme e as desgraças sucessivas com seus atores e comecei a ficar desconfiada. Seria o filme maldito? Acabei indo conferir, em nome do Bale. Me surpreendi. Além de ser maravilhoso, daqueles que nos fazem perder o fôlego, tive que me render ao Coringa. Nem o Bale – que embora bata na família, continua lindo – conseguiu desviar minha atenção. A atuação do Ledger é irrepreensível – mas isso todos já sabiam. O que mais me impressionou foi o roteiro. As falas do Coringa são para se pensar. É difícil ver o filme e não se sentir em meio a um questionamento moral. Afinal, o mocinho tem sempre razão. Mas nesse caso o mocinho está cansado e não chega a ser exatamente um herói épico. Ele é violento, pensa em largar tudo pelo seu grande amor e não suporta a culpa. Já o vilão mostra que somos todos bons e maus, que vivemos numa paranóia que coloca o dinheiro acima de tudo e que o bem só pode existir se o mal também existir. A cena em que o Coringa fica pendurado de cabeça para baixo foi onde assumi que estava mais interessada nele que no Batman. Incrível esse Coringa... Claro que também tem uma mensagem de esperança, quando o prisioneiro lança o detonador da bomba pela janela (quase chorei nessa hora – ando sensível...). E claro também que no final me recuperei do surto e voltei a preferir o Batman. Coitadinho, tão triste e solitário... E ainda tendo que enfrentar o duas caras. Que por sinal parece muita gente que conheço...

Depois de ver o filme, ouvi um comentário do Jabor que comparava o Coringa ao Osama bin Laden. Não gostei disso... Alguém concorda? Talvez tenha ficado em mim uma seqüela de admiração pelo Coringa que não nutro nem de perto pelo Osama. Enfim, o Jabor deve saber o que fala. Eu continuo adorando o Bale, mas confesso que agora avalio do Coringa diferente...

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Ah, o metrô....

Posted by Flor de Lotus on 16:40
Estava eu no metrô lotado (claro...) quando ouvi a frase da semana de um passageiro:

"Pra entrar no metrô a gente tem que passar óleo no corpo"

Simplesmente perfeito!

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conselhos para os mais novos...

Posted by Flor de Lotus on 02:51

Recentemente chegaram novos estagiários na minha equipe e os profissionais mais experientes receberam a função de desenvolvê-los. Eu fiquei pensando no que deveria ensinar a eles, naquilo que não está nos manuais. Esses são alguns dos conselhos que pensei...

I) Na hora de assumir um sucesso, todos querem. Na hora de assumir um problema ninguém quer. Se resguardem. Tem gente que é muito hábil em virar o jogo a seu favor e colocar o macaquinho no ombro do outro. E lembrem-se: a corda sempre arrebenta do lado mais fraco.

II) Apareçam, mas só o necessário. Exponham-se, mas percebam o limite (até onde vale à pena.)

III) Sejam disponíveis e se apaixonem pelo que fazem. Só com paixão (tesão mesmo) conseguimos sobreviver aos percalços. Mas disponibilidade também tem limite. Pensem o que é prioridade para vocês e avaliem sempre se gostariam de estar onde estão. Tenham objetivos, com ética e paciência.

IV) Saibam ceder. Pessoas flexíveis (con)vivem melhor. Mas lembrem-se que quem muito se abaixa mostra as calças.

Boa sorte!

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A saga dos transportes coletivos continua

Posted by Flor de Lotus on 02:23
Pois é, amigos. Já pensei em andar de ônibus sim, e ando todos os dias, nem que seja para chegar até o metrô. Ocorrem aventuras no ônibus também...

Outro dia peguei um 239 pela manhã, já lotado. Lá pelas tantas começou uma discussão entre o motorista e um passageiro exaltado que exigia que o ônibus não parasse mais nos pontos para pegar ninguém já que estava tão cheio. Eu sou baixinha e tenho dificuldade de me segurar no ferro alto, mas nem precisei me preocupar. Estava me apoiando na massa compacta que fazia fila tripla no corredor. Nem precisa dizer que foi uma baixaria, né?

E num outro dia, voltando tarde do trabalho, peguei um outro coletivo, dessa vez quase vazio. Pensei: ufa, que alívio! De repente, entra um cara com uma fratura exposta no cotovelo, sangue escorrendo e fica circulando pelo corredor sem parar quieto, esticando e dobrando o braço. E eu lá, vendo o osso mexendo. Afe...

E de taxi também tem emoção, viu? Um dia conto pra vocês...

Acho que as pessoas estão muito à flor da pele, sem paciência...

Já sobre o assédio sexual no metrô, concordo que mancha de batom dificultaria as coisas pro pobre rapaz assediado... Tudo sempre pode piorar, né?

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As delícias do metrô

Posted by Flor de Lotus on 16:12

Gente, tem dia que eu já chego surtada no trabalho. Muito disso é culpa do metrô. Quem utiliza esse meio de transporte hoje em dia sabe do que eu estou falando.

Um enorme empurra empurra, puro estresse. A cada dia uma aventura.

As mulheres que já experimentaram o carro dedicado a elas já sentiram o que é volume alto. É um tititi tão grande naquele carro, que eu quase sempre opto pelo vagão comum. E quando entra um homem desavisado naquele mafuá? A mulherada grita, ameaça sarrar o sujeito, diz que vai apertar, passar a mão, etc... Uma loucura... Sem contar o s guardas que ficam tomando conta e retirando os desavisados do vagão das mulheres. Pode isso? Para manter as donzela seguras, o guarda tem que ficar tomando conta porque os machos não respeitam os avisos de vagão só para meninas. Afe!

Mas o vagão comum também tem lá suas aventuras. Volta e meia, no auge da lotação, alguém entra empurrando e outro alguém reclama. Aí começa a discussão e só não sai porrada porque isso contraria as leis elementares da física - não tem espaço para isso.

Outro dia vi uma cena surreal. Um rapaz forte estava ao meu lado. O carro estava cheio, mas não tanto a ponto de as pessoas andarem coladas. Entrou uma moça e encaixou o corpo no dele. Encaixou como se eles fossem namorados e estivessem indo para o crime. O cara ficou branco, mal respirava, não se mexia. A moça chegou a encostar a cabeça no peito dele. Ele desesperado, sem saber o que fazer. Uma estação depois ela desceu e ele recuperou o ar. Que situação! Assim vão criar um vagão para os homens também. Eu sei que a coisa tá feia, tá difícil arranjar um homem para chamar de seu, mas assim não dá, né?

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Testes

Posted by Flor de Lotus on 16:38

É meu amigo, PRG. Muitos testes pela vida a fora... Faz parte da nossa esquizofrenia de cada dia. Por vezes desanimamos, mas acho que é normal. O cansaço vence e baixamos a cabeça. Mas aí aparecem pessoas especiais, como você, que nos empurram e mostram que essas coisas são parte do caminho e que não vale á pena desistir. Keep walking... Lá vamos nós.
Aproveito o dia do amigo para agradecer a esses seres especiais que nos amam apesar de. Isso é ser amigo: estar ao lado, seja qual for a situação. Falar a verdade, sabendo que mesmo que ela seja dura, aguentamos. Te coragem de ser sincero, de se expor, de ceder. E nos ajudar nos momentos de maluquice, bem como aceitar nossa ajuda. Mesmo que ela venha através de um post num blog, ela é enorme e de grande valia. Obrigada!

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Pensamento do Dia

Posted by Flor de Lotus on 07:14
Notícias ruins vêm em ondas, enquanto que as boas vêm em gotas...
Já reparou?

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Mudança

Posted by Flor de Lotus on 18:21

Alguns projetos requerem uma mudança de modelo mental para que ocorram a pleno vapor. Mas já viu como é difícil fazer as pessoas mudarem – o famoso vamos quebrar paradigmas? Há alguns seres super necessários hoje em dia que são imbuídos da árdua tarefa de cuidar da gestão da mudança. Entre outras coisas, eles mapeiam as pessoas e percebem como são suas atitudes perante a mudança. E encontram vários tipos de reações na pessoas que vão passar pela mudança. Alguns jogam a favor, outros contra. Há ainda os que ficam em cima do muro. E há sempre resistências. Algumas pelo desconhecido, o que é perfeitamente normal. Outras são do tipo não vi, não gostei, não sei e tenho raiva de quem sabe. Afinal, as pessoas são complexas... E tem aquelas que dizem que estão super a fim, mas quando se baixa um pouco a guarda, atacam. Outros fingem nem enxergar o pobre gestor da mudança, que fica lá tentando comunicar os benefícios da mudança... Tem ainda os que não dão bola, mas se questionados por outros, vendem o peixe muito bem. Tem os inocentes, que aderem sem pensar e depois se arrependem. Tem os pé-atrás, que desconfiam de tudo. Tem os empolgados, que adoram a idéia e ajudam a propagá-la. Tem de tudo... A gestão da mudança é uma espécie de sedução, só que o jogo tem que ser claro, transparente. As pessoas só vão aderir se perceberem que a tal mudança é, de fato, boa para elas. Resta comunicar, comunicar, comunicar. E ter paciência, bons ouvidos e persistência...

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Liga das nações unidas

Posted by Flor de Lotus on 18:06

Em um treinamento participei de um RPG muito interessante. Numa espécie de war às avessas, tínhamos 10 países, cada um com uma bandeira, um hino e um histórico. Formávamos (ou deveríamos formar) a liga das nações unidas. Cada um era um político recém eleito que tinha que cumprir suas promessas de campanha no prazo prometido, além de fortalecer a liga. As relações entre os países tinham três matizes: havia os países amigos, os neutros e os inimigos. E era permitido para o s que não conseguiam cumprir suas metas, lançar escândalos nos outros paises para tomar seus recursos. – qualquer semelhança com o mundo rela é mera coincidência...
O interessante foi observar como cada pais atuava e como cada um se posicionava. Havia os que estavam loucos para atacar, os que só pensavam em se defender e os que queriam colaborar. Parece familiar?
Cada ano de governo durava 12 minutos no jogo e o tempo máximo dos mandatos era de 5 anos. Todos perceberam que deveriam se unir – depois de algumas brigas, claro – em prol do bem comum. Alguns enfrentavam escassez de recursos, enquanto outros os tinham sobrando. Por vezes, porém, quem tinha era inimigo de quem precisava. Foi fundamental o papel de intermediários que falavam com os dois lados e atuavam como diplomatas. Para alguns custou, mas ao final todos perceberam que era melhor compartilhar recursos e evitar a guerra. Afinal, juntos somos mais fortes...

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Solidão

Posted by Flor de Lotus on 09:18

No jornal de hoje tem uma ótima crônica da Marta Medeiros sobre a necessidade que temos de nos sentirmos importantes para os outros. Ela fala de um cara que brinca de esconde esconde com os cachorros e na satisfação de ambos quando se acham. Os cachorros por encontrarem o dono. O dono por perceber que é importante para eles. Depois ela traça um paralelo para as relações. Aquele sumiço básico para valorizar o passe, tão comum nos relacionamentos. Eu, claro, fiquei pensando nessa mesma valorização no trabalho. Quando escrevemos para uma pessoa para pedir uma informação que sabemos que ela tem, e ela demora um século para nos responder. O jogo é o mesmo: valorização. Isso me fez pensar se essa necessidade de demonstrar poder e valor não é, em todos os casos, medo da solidão. Com a vida moderna e corrida, vemos cada vez mais pessoas sós, mesmo que acompanhadas. Ou aquelas que vivem em busca, sem encontrar. Isso respinga na vida profissional, claro. Tantas cobranças, pouco tempo, muitas responsabilidades, pouco prazer e/ou lazer, acabam nos fazendo brincar de esconde esconde de vez em quando mesmo. Como disse Marta, somos todos carentes...

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Atendimento I

Posted by Flor de Lotus on 06:18
Outro dia liguei pro helpdesk para pedir orientação sobre impressão frente e verso. Preocupada que estava com as árvores, resolvi que podia imprimir um documento em ambos os lados do papel para economizar umas árvores. Liguei para pedir ajuda:
- Bom dia. Queria saber como configurar minha impressora para imprimir frente e verso.
- Pois não, senhora. A senhora está na frente do computador?
- Sim.
- Está com o documento que deseja imprimir aberto?
- sim
- Clique em imprimir
- Ok
- A senhora está vendo algum botão que permita impressão frente e verso?
- Não! Claro que não. Se estivesse vendo não tinha ligado pra pedir ajuda, oras!
Surreal, não é? O atendente não sabia como fazer também e acabei tendo que imprimir de um lado só. Depois não me culpem pelo desmatamento da Amazônia!

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Volta ao jardim de infância

Posted by Flor de Lotus on 05:42

Às vezes, quando estou trabalhando, me sinto de volta ao jardim de infância. Algumas pessoas têm o comportamento típico dessa fase da vida. Já vi gente que fica com raiva do colega de trabalho e, como não consegue reagir nem resolver, fica de mal. E assim segue trabalhando com a tal pessoa sem cumprimentar, sem manter comunicação e prejudicando o trabalho e o clima.

Já vi os que fazem planos infalíveis para sabotar projetos alheios apenas porque gostariam de estar lá e não estão. Mais uma vez sua satisfação pessoal de vingança se sobrepondo ao bem comum. Comum pra quem? - o vingativo vai me perguntar. Comum como coletivo, embora não seja o melhor para todos...

Muito tempo atrás trabalhei numa seção que tinha um homem com pouco mais de 40 anos e umas quarenta pessoas com idade até o teto de 25 anos. O mais velho era meio surdo e bravo. Os mais novos implicavam com ele o tempo todo. Um dia eu estava conversando com o mais velho quando começaram as piadinhas com o seu nome e uma chuva de elásticos sobre nós. O mais velho não titubeou. Lançou longe um grampeador pesado – um contraste como ele próprio era naquela seção – sobre um grupinho que imitava um coro de patos chamando seu nome. Foi uma comoção. Consegue imaginar uma cena dessas? Um grampeador voando entre as cabeças? Um horror...

A melhor de todas foi um amigo meu que tirou uma foto 3X4 de costas porque não concordava em ter que fazer uma tal carteirinha que o seu empregador estava pedindo. Foi surreal aquela foto. E o melhor foi o espanto do fotógrafo na hora de tirar a foto... A carteirinha o meu amigo ostenta com orgulho até hoje...

Uma vez eu mesma tive um transe infantil. Um rapaz que trabalhava comigo tinha levado dois ratinhos de estimação (não parece aquele dia na escolinha que você pode levar o seu bichinho?) e veio me mostrar, em pleno horário de expediente. Eu não resisti e peguei os bichinhos. Um deles mordeu meu delo e eu gritei – um grito fenomenal, ouvido no quarteirão inteiro – e joguei o bicho longe. Resultado: levamos uma mega bronca e o rato – coitado, que Deus o tenha – morreu. O dono dele nunca me perdoou...

São tantas histórias que deveriam estar num ambiente escolar e infantil, não é? Não que as pessoas não possam ter um comportamento da tenra idade de vez em quando, mas o ambiente corporativo é implacável... Acho que é esquizofrenia mesmo, né?

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Frases do caminhão corporativo

Posted by Flor de Lotus on 19:15

Para amenizar os ânimos, publico uma coletânea de frases que surgiram em reuniões de trabalho. Divirta-se se for capaz...

Aqui manda quem pode e obedece quem tem carnê pra pagar.

A gente ensina a nadar jogando na piscina.

O problema das pessoas é que elas são gente.

Gerentes infelizes não gerenciam pessoas felizes.

A prática é o critério da verdade.

O maior cego é o que não quer rever.

Explica de novo porque o tico está fazendo respiração boca a boca no teco!

Precisamos de um olhar de helicóptero.

Estamos vivendo a tirania das metas.

Para quem não tem nada, metade é o dobro.

Este projeto ainda está no querida mamãe.

Sem patrocínio não se chupa nem um chicabom.

Pato novo não mergulha fundo.

Uma coisa é o parto e a outra é o berçário...

Pelo menos as reuniões são divertidas, né? Se a sua empresa fosse um caminhão, que frase estaria nele?

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Out of topic: Justiça

Posted by Flor de Lotus on 02:23
Hoje saio um pouco do tema corporativo para falar de um assunto que está em todos os jornais e na boca de todos os que ainda conseguem comentar o assunto. Perdoem, mas preciso comentar.

Acredito que a comoção pública é algo necessário e importante. Ela grita algo que é o desejo da população e faz a voz por justiça que fica na garganta calada de muitos. Por vezes é ela que impulsiona a decisão desejada pelas pessoas ditas comuns, mas que normalmente as incomuns demorariam a tomar.

Ocorre, porém, que a excessiva comoção em torno do caso Isabella Nardoni me assusta. Várias pessoas fazendo plantão na porta da delegacia no dia do depoimento dos envolvidos com seus gritos de guerra, acompanhando tudo como se sua própria vida dependesse daquilo. Ou na porta do prédio onde os acusados estavam aguardando sua prisão preventiva como quem assiste a final de um jogo de futebol. Julgando e condenado antes mesmo que a polícia conseguisse concluir o inquérito. Cuspindo agressividades como que grita gol.

Claro que também tenho minha opinião sobre o caso. Claro que também quero justiça. E como grande fã de CSI, fiquei orgulhosa de a polícia usar provas técnicas para indiciar o pai e a madrasta da menina. Como se diz no seriado mencionado, as provas não mentem. Mas daí a ficar em praça pública torcendo e vibrando com as cabeças sendo cortadas pela guilhotina, aí é demais pra mim. Sinto uma coisa bárbara, primitiva, nessas reações populares exacerbadas. E me preocupa porque me pergunto – tal qual os investigadores do crime – o que motiva essa revolta ancestral.

A resposta para mim parece simples e óbvia. E até um pouco reconfortante. Foi um crime bárbaro envolvendo uma criança. E crianças não devem passar por isso. Elas devem crescer, se desenvolver e ter chances de ser felizes. Mas apesar disso, várias crianças morreram de dengue e ninguém se revoltou assim, salvo os parentes dos mortos. O que revolta nesse caso é o fato de o pai ser acusado de matar a própria filha. A sociedade não consegue aceitar isso. E o que me conforta é que se não somos capazes de aceitar isso e porque ainda temos salvação nesse nosso louco mundo.

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Iniciativa

Posted by Flor de Lotus on 16:13

Cansamos de ouvir dizer hoje que os colaboradores de uma empresa devem ter iniciativa como uma de suas competências chave. Somos perguntados sobre isso em entrevistas de seleção, que chegam a nos testar citando situações e nos perguntando como agiríamos. Somos cobrados por isso depois de contratados. Somos avaliados por isso. Mas embora iniciativa esteja quase sempre descrita em uma bela competência que geralmente menciona tomade de decisão, avaliação de riscos, responsabilidade e outras palavrinhas tão comuns na linguagem corporativa, o que diabos realmente significa iniciativa?

Segundo o dicionário on line Priberam (http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx):

iniciativa (s. f.) - acto daquele que é o primeiro a propor ou a pôr em prática uma ideia; por ext. actividade; diligência.
No Xadrez, significa o conceito estratégico segundo o qual um dos bandos está em condições de exercer pressão sobre o outro, mediante ameaças ou a preparação de um ataque. Diz-se que as brancas, por disporem do tempo de saída, têm a iniciativa natural, ou "pequena iniciativa" (www.clubedexadrez.com.br/portal/capelaxadrezclube/vocabulario_tecnico.htm)

E pro seu chefe? O que será que significa? Pois já vi mais de uma vez uma pessoa ser cobrada por iniciativa e, quando tem uma, ser questionada sobre isso com frases do tipo: Mas por que você fez isso sem me consultar? De onde se conclui que para alguns chefes iniciativa significa ter idéias, consultar o seu superior imediato e, se forme boas, deixar que ele as implante e carregue os louros. Ou que apenas aprove antes que você faça qualquer coisa.

Muita gente também confunde iniciativa com começar as coisas, mas iniciativa pressupões a tal da acabativa também, parodiando Stephen Kanitz, que reproduzo abaixo. Divirtam-se...

Isto é um teste de personalidade que poderá alterar
a sua vida. Portanto, preste muita atenção.
Iniciativa é a capacidade que todos nós temos de criar, iniciar projetos e conceber novas idéias.
Algumas pessoas têm muita iniciativa e outras têm pouca.
Acabativa, é um neologismo que significa a capacidade que algumas pessoas possuem de terminar aquilo que iniciaram ou concluir o que outros começaram. É a capacidade de colocar em prática uma idéia e levá-la até o fim.
Os seres humanos podem ser divididos em três grupos, dependendo do grau de iniciativa e acabativa de cada um: os empreendedores, os iniciativos e os acabativos - sem contar os burocratas.
* Empreendedores são aqueles que têm iniciativa e acabativa. Um seleto grupo que não se contenta em ficar na idéia e vai a campo implantá-la.
* Iniciativos são criativos, têm mil idéias, mas abominam a rotina necessária para colocá-las em prática. São filósofos, cientistas, professores, intelectuais e a maioria dos economistas. São famosas as histórias de economistas que nunca assinaram uma promissória. Acabativa é o ponto fraco desse grupo.
* Acabativos são aqueles que gostam de implantar projetos. Sua atenção vai mais para o detalhe do que para a teoria. Não se preocupam com o imenso tédio da repetição do dia-a-dia e não desanimam com as inúmeras frustrações da implantação. Nesse grupo está a maioria dos executivos, empresários, administradores e engenheiros.
Essa singela classificação explica muitas das contradições do mundo moderno.
Empresários descobrem rapidamente que ficar implantando suas próprias idéias é coisa de empreendedor egoísta. Limita o crescimento. Existem mais pessoas com excelentes idéias do que pessoas capazes de implantá-las. É por isso que empresários ficam ricos e intelectuais, professores - entre os quais me incluo - morrem pobres.
Se Bill Gates tivesse se restringido a implantar suas próprias idéias teria parado no Visual Basic. Ele fez fortuna porque foi hábil em implantar as idéias dos outros - dizem as más línguas que até copiou algumas.
Essa classificação explica porque intelectual normalmente odeia empresário, e vice-versa. Há uma enorme injustiça na medida em que os lucros fluem para quem implantou uma idéia, e não para quem a teve. Uma idéia somente no papel é letra morta, inútil para a sociedade como um todo.
Um dos problemas do Brasil é justamente a eterna predominância, em cargos de ministérios, de professores brilhantes e com iniciativa, mas com pouca ou nenhuma acabativa. Para o Brasil começar a dar certo, precisamos procurar valorizar mais os brasileiros com a capacidade de implantar nossas idéias. Tendemos a encarar o acabativo, o administrador, o executivo, o empresário como sendo parte do problema, quando na realidade eles são parte da solução.
Iniciativo almeja ser famoso, acabativo quer ser útil.
Mas a verdade é que a maioria dos intelectuais e iniciativos não tem o estômago para devotar uma vida inteira para fazer dia após dia, digamos bicicletas. O iniciativo vive mudando, testando, procurando coisas novas, e acaba tendo uma vida muito mais rica, mesmo que seja menos rentável.
Por isso, a esquerda intelectual e a direita neoliberal conviverão as turras, quando deveriam unir-se.
Se você tem iniciativa mas não tem acabativa, faça correndo um curso de administração ou tenha como sócio um acabativo. Há um ditado chinês, "Quem sabe e não faz, no fundo, não sabe" - muito apropriado para os dias de hoje.
Se você tem acabativa mas não tem iniciativa, faça um curso de criatividade, estude um pouco de teoria. Empresário que se vangloria de nunca ter estudado não serve de modelo. No fundo, a esquerda precisa da acabativa da direita, e a direita precisa das iniciativas da esquerda. Finalmente, se você não tem iniciativa nem tampouco acabativa, só podemos lhe dizer uma coisa: meus pêsames.
Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br)
Editora Abril, Revista Veja, edição 1572, ano 31, nº 45, 11 de novembro de 1998, página 22

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Como as pontes são necessárias

Posted by Flor de Lotus on 15:18

Hoje é dia 22 de abril, no meio de dois feriados. Estou trabalhando, mas o dia corre preguiçoso. Aliás, corre é o que eu queria que acontecesse. Na verdade, se arrasta. O trânsito estava bom, claro. Mas no mais a cidade segue um pouco lenta, fantasmagórica até. Não acho que tantos feriados sejam bons para o país, que insiste em manter as tradições, incluindo a de não crescer... Porém, não seria excelente se pudéssemos trabalhar a distância em datas como essa? Ficaríamos mais satisfeitos de poder, no meio do dia de trabalho, almoçar com a família. Daria ate’, quem sabe, para tirar a sesta antes de voltar à labuta. Sem contar que economizaríamos o gasto de transporte, enquanto a empresa economizaria em luz, telefone, água, etc... Claro que trabalhar em casa requer disciplina e nem todos se adaptam. Há de ter uma boa noção de que, embora em casa, a coisa é séria e os horários devem ser planejados e respeitados. A flexibilidade não pode gerar confusão, e quem trabalha em casa precisa fazer com que os outros habitantes entendam e respeitem sua rotina. Eu mesma acho que seria uma excelente idéia, mas de vez em quando. Preciso ver gente, sabe? Preciso trocar idéias com outras pessoas, preciso de risos e olhares. Sou carente... mas também adoro poder me concentrar sem ter que colocar fones de ouvido por conta do barulho dos outros. E, sobretudo, adoraria poder acordar às 8:45 para começar a trabalhar às 9:00 na sala da minha casa!
Por enquanto, como não posso fazer isso, vou me resignando a esse dia devagar e vazio, chuvoso e chato, trabalhando no escritório mesmo...

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O que é isso, companheiro?

Posted by Flor de Lotus on 17:12

Você já se sentiu traído em sua empresa? Ou pelo menos meio burro? Incompreendido? Do tipo que leva esporro sem motivo da pessoa que te pediu para fazer algo – que você fez, no prazo – mas não era o que ela esperava? Ah, claro, acontece com todo mundo. Na maior parte das vezes o caso é de falha de comunicação. Como naquela brincadeira inocente chamada telefone sem fio. Só que no trabalho normalmente não tem graça nenhuma a distorção da frase...
Ok, sobrevivemos e aprendemos com isso, certo? Passamos a perguntar mais, alinhar, confirmar. O chefe te pede pra fazer a planilha xpto. E você diz: chefe, você quer dizer que quer que eu faça a planilha xpto? Parece coisa de retardado, mas nem sempre é simples assim. Mistérios da comunicação, que tem sempre umas áreas cinzentas, que estão na mente de quem pede mas não em seu discurso (e nem nos ouvidos de quem faz o que se pede). Vale confirmar sempre, o tal do double check. Até porque, se você confirmar e ficar com fama de lento, mas entregar o que se pede, é melhor do que ficar com fama de lento porque nunca consegue entender o que se pede...
Além disso há o desafio adicional de entrar na mente do chefe. Isso só se consegue com tempo, claro. E muita observação. Com o tempo vai se aprendendo qual a forma dele raciocinar, o que quer dizer com cada expressão, cada gesto. É um árduo exercício...
Vale uma boa conversa com alguém que trabalhe com o chefe há mais tempo, alguém de confiança que ajude a compreender o modus operandi do chefe. Ou simplesmente observar o modo como os mais experientes o abordam. Serve para aprender o que fazer e o que evitar. A observação sempre nos ensina algo, e perceber o humor do chefe antes de entrar em sua sala também vale à pena. Planejar seu discurso conforme o humor percebido pode ser interessante.
Se nada der certo, pode ser então que o problema não seja de comunicação e sim de compatibilidade... mas aí é outra história...

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Quantos números!

Posted by Flor de Lotus on 06:39

Vocês já pararam pra contar a quantidade de senhas que temos que saber hoje em dia? Quando eu era criança, achava o máximo aquelas cenas de filmes em que apareciam cofres e que as pessoas ficavam tentando descobrir o segredo. Na minha casa mesmo tem um cofre – que eu não uso porque não faço idéia do segredo... – e eu sempre fiquei fascinada com as maravilhas que os cofres dos filmes guardavam e com a importância de se ter que guardar um conjunto de números como esses. Bons tempos...

Hoje, ficou louca tentando lembrar todas as minhas senhas. É senha pro site de relacionamento, pro webmail, pra logar no windows, pro email do trabalho, pra intranet, pra entrar em sites de conteúdo... E no banco então? Senha do cartão, senha de internet, senha pro atendimento telefônico, senha de segurança, cartão de senhas, socorro! Eu, que sempre tive boa memória para telefones, agora não consigo decorar mais nenhum. Desconfio que é porque meu hd está cheio de senhas e não tem mais espaço para telefones, que ficam bem simpáticos armazenados na memória do meu celular. Aliás, a memória dele é mais pródiga que a minha, porque ele nunca troca os números como eu faço às vezes. E depois é um rebu, porque se a gente erra as senhas mais de uma vez, trava tudo e a gente não consegue acessar mais nada antes de uma séria dor de cabeça... Em geral temos que ligar pra algum atendente gerundista, que diz que vai estar solicitando uns dados para confirmar que eu sou eu mesma. Tudo isso é para a nossa segurança, eles dizem. E enquanto fico cada vez mais segura, fico também cada vez mais histérica com tantas senhas e esses atendimentos no gerúndio que seguem roteiros pré-estabelecidos e cujos atendentes parecem ser proibidos de pensar. É a modernidade, não é mesmo?

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Ainda sobre mudanças...

Posted by Flor de Lotus on 14:06

Meu amigo PRG, essa é uma questão complicada: quando a gente quer mudar e não consegue. Vou contar pra vc como foi comigo. Um dia eu percebi que estava muuuuuuito chata. Reclamava o tempo todo do meu emprego, me sentia sub-utilizada, achava que as pessoas não enxergavam meu potencial. Nem eu me aguentava mais, reclamando o tempo todo de como as pessoas eram injustas comigo por não me darem uma chance de mostrar do que sou capaz. E aí eu percebi que se lá as pessoas não me viam, não eram elas que estavma erradas, era eu. Ou eu tinha que me mostrar mais, ou eu tinha que achar quem quisesse me ver! Mas depois de um tempo o relacionamento esfria, né? Não adianta reinventar muita coisa, já há muitos vícios, muitos ruídos no meio. Então parti para a segunda opção. A minha primeira atitude foi pedir a ajuda de um amigo de RH para reformular meu currículo. A segunda foi comunicar! Comuniquei a todos amigos de empresas interessantes que estava em busca de um novo desafio. A terceira foi aparecer. Fui a alguns eventos, conversei, conheci pessoas diferentes, enviei muitos currículos. Fiquei de olho em todas as listas de emprego e mandei milhares de curriculos. Fiz vários processos seletivos. Encarei os momentos de desânimo, quando a gente acha que não vai ser capaz de conseguir nada, quando a gente até acredita que não é lá essas coisas... mas depois passa. O que importa é insistir.
Ocorreu um fato fundamental nesse meu processo. Fui fazer um teste de personalidade com uma empresa que queria me vender esse tipo de teste e fui cobaia para ver como era o esquema. Ao final tive uma entrevista com uma psicologa e ela se mostrou muito preocupada comigo. Quase se esqueceu de vender o tal teste. Ela disse que a minha tristeza vazava no teste e me perguntou o que estava acontecendo. Eu contei. Ela me disse que era o perfil do desânimo que eu estava levando comigo. Que ela podia ver que aquela não era eu, mas que era assim que eu estava me mostrando aos outros e que, talvez, esse fosse o motivo de eu não ir bem nas entrevistas que andava fazendo. Foi um balde de água fria, e eu acordei! Decidi que não ia mais me mostrar desanimada, que mostraria quem eu realmente sou, o meu potencial profissional. A esntrevista seguinte que fui, fui confiante. E consegui. foi um longo processo - durou 5 meses - e tive medo de não conseguir, claro! Mas a minha mudança de postura fez toda a diferença. Depois que consegui, claro, liguei para a psicóloga. Afinal, sem ela eu não teria me percebido.
Comigo foi assim: muita insistência e um pouco de conselhos para melhorar minha postura. Boa sorte pra vc!

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Admirável mundo novo

Posted by Flor de Lotus on 12:38

Queridos esquizofrênicos

Estou mudada! Claro que ianda estou em lua de mel com meu novo emprego, mas puxa, quanta diferença! Esse post é um conselho para os insatisfeitos: MUDEM! Não tenham medo, saiam da inércia.
Nada é perfeito, isso a gente sabe. Mas por vezes podemos encontrar um lugar onde sentimos uma sensação de pertencimento que é fantástica. É como se, finalmente, eu tivesse encontrado o meu lugar. Talvez por isso, com menos aborrecimento e mais trabalho, tenho escrito pouco. Mas logo, logo volto a observar as esquizofrenias e a contar para vocês. É como começo de namoro, a gente se isola um pouco e se dedica de corpo e alma ao novo amor, mas depois, aos poucos, vai voltando ao mundo real. Aguardem...

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