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Dentista

Posted by Flor de Lotus on 12:51

Hoje Fui ao dentista, após alguns anos sem frequentar aquela cadeira. Antes que me julguem, deixem-me explicar. Da última vez que fui ao dentista, apenas para uma limpeza, fiquei 3 dias de licença depois de um jato de bicarbonato. Não sei se foi reação alérgica ou se o dentista acertou o jato direto na minha glândula salivar. O fato é que o lado esquerdo da minha cara inchou na hora, meu olho fechou, minha garganta também, e no trajeto do consultório até a minha casa assustei várias pessoas. Levou tempo praquele ar todo sair da minha cara (sim, porque quando eu pressionava minha bochecha, fazia shhhhhhhh) e eu fiquei traumatizada.

Entre minhas resoluções de ano novo decidi que era tempo de ir ao dentista. Fui mês passado fazer um orçamento e resolvi esperar o carnaval passar (nunca se sabe, melhor aproveitar os festejos antes de ficar de cara de Humpty Dumpty de novo). Hoje era o dia, e lá fui eu em pânico. Cheguei antes da dentista comecei a fantasiar que ela não iria. Estava indo embora quando ela chegou (!?!). Então pedi para ir ao banheiro antes e descobri que não tinha água. Pensei: oba, não tem água, não vai ser hoje! Pura ilusão, era só abrir o registro... Não teve escapatória, tive que sentar na maldita cadeira.

Meu objetivo ali era restaurar uma antiga obturação que infiltrou. Nunca tinha feito nada com anestesia antes, mas estava com tanto medo que resolvi tentar. Ocorre que já não sabia mais se estava com mais medo da restauração ou da anestesia. A dentista, muito boazinha e calma, foi me dizendo o procedimento. Eu ainda pedi um anestésico tópico antes da picada fatal. Ela passou um creminho e me senti mais confiante. Já estava quase relaxada quando: pimba! Veio a agulha e com ela uma espécie de choque. Um horror, só não desmaiei porque ela percebeu minha falta de cor e virou a cadeira, me deu água - que com minhas mãos trêmulas estava difícil de beber, imagina com metade da boca funcionando – e esquentou minhas mãos (que além de trêmulas estavam gélidas que nem o suor que escorria pelas minhas costas). O efeito da anestesia foi imediato (graças a Deus) e extenso (até meu ouvido anestesiou). Fui me acalmando aos poucos e ela pode trabalhar. Fiquei uma hora e meia de boca aberta, mas depois alcancei uma paz quase celestial enquanto o motorzinho trabalhava. Fiquei praticamente bêbada (sou fraca pra bebidas e, descobri hoje, pra anestesia também) e tive que me esforçar muito para achar o caminho pro trabalho. Tive um acesso de riso ao constatar que só sentia a água gelada em metade da língua e meti os dedos na boca pra ver se ainda tinha dentes.

Vocês devem estar rindo ou me achando retardada, mas foi exatamente assim que me senti. Sou fresca, em dado momento até derramei uma lagrimazinha, mas embora fresca não fujo da raia. Encaro: com quedas de pressão, lágrimas e tremeliques, mas encaro. É ou não é algum tipo de loucura? Acho que vou iniciar uma enquête: quem vai ao dentista feliz e relaxado? Quem não se incomoda com o barulho daquele motor? Será que não evoluímos o suficiente pra ter uma broca sem barulho? Eu cheguei a levar meu ipod, mas nem escutar direito do lado da anestesia eu conseguia. Enfim, um pouco de loucura assumida nessa segunda feira após o carnaval...

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Interessante esse blog. Gostaria de ser parceiro do meu (www.humbaz.blogspot.com)? Aguardo resposta!


Você sabe se tem dentista que cuide de pessoas com esquizofrenia por aqui em são paulo?
se puder me dizer um para levar meu irmão
me manda por email klausmagalhaes@gmail.com

obrigado

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